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Da música dos barbeiro da Bahia ao choro carioca



Basicamente quando falamos do choro esta palavra nos remete a pixinguinha, Jacob do Bandolim, Waldir de Azevedo, Chiquinha Gonzaga e tantos outros expoentes da música popular, erudita e do choro.

Contudo, se falarmos da origem deste estilo isto nos remete ao brasil colonial e escravocrata. neste sentido é preciso entender a música dos barbeiros feita por negros escravos. Posteriormente, chegaremos a entender o choro como origem de uma nova classe social no Rio de Janeiro moderno.

Música dos barbeiros

Em meados do século XVI aparecia na Bahia e no Rio de Janeiro um novo tipo de música instrumental.

Esta música era realizadas por ex-escravos negros que tinham sidos alforriados, e destinava-se ao lazer nas cidades. para entender a sua origem é importante saber que alguns escravos aprenderam alguns ofícios relativos a palicações de curativos, medicinais e de serviços de barbearia e eram intitulados barbeiros.

No entanto alguns deste barbeiros tinham aptidões musicais e, no final de seus dias de trabalho praticavam seus instrumentos, portanto eles tocavam de forma intuitiva músicas que estavam em voga na época.

Vale lembrar que, estes profissionais foram se instalando nas cidades por causa da rápida urbanização causada pela corrida do ouro, como aponta José Ramos Tinhorão.

A música dos barbeiros era uma música instrumental que fazia uma leitura chorada de músicas europeias.

Chorada quer dizer que os barbeiros acrescentaram uma certa modificação rítmica às músicas que foi pouco a pouco desembocando nas melodias sincopadas do choro.

Outras influências do choro

Além da música dos barbeiros, a música popular brasileira teve outras bases de raiz afro-brasileira.

As bandas de coreto que se formavam no interior da Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, tiveram muita colaboração de grupos de escravos e alforriados.

Podemos estabelecer uma base do choro na música dos barbeiros e também nas bandas, pois posteriormente as bandas militares do Rio de Janeiro formou muitos músicos que integraram futuramente os grupos de choros.


Bandas militares e o choro

A relação das bandas militares com o choro e o maxixe no Rio de Janeiro é muito evidenciada por tinhorão. Este escritor e jornalista relata que o maior conservatório musical para pessoas de baixa renda eram os núcleos militares.

No exército carioca principalmente, os músicos eram tratados como artistas famosos, pois os bailes onde frequentavam os mais altos postos tinham que ser geridos por grandes bandas que se transformavam em verdadeiras Big Band.

Nos quartéis o músico era pago para estudar partitura e teoria musical, ensaiar e se apresentar causando muita inveja nos outros soldados.

Neste meio saíram muitos grandes músicos cariocas.


Compositores que estabeleceram uma ponte entre música erudita e popular


Alguns compositores estabeleceram uma ponte intrínseca entre música erudita e popular, este fato influenciou muitos músicos mais recentes como Egberto Gismonti e Hermeto Pascoal e muitos outros da nossa música instrumental.

No entanto vale a pena notar que alguns compositores eruditos criaram e pavimentaram esta ponte.

Foi o caso de Heitor Villa Lobos, Radamés Gnattali, Guerra Peixe, para citar os mais influentes.


A semana da arte moderna planificou a ponte entre a música erudita e popular seguindo uma estética incialmente nacionalista que foi aumentando posteriormente.

Heitor Villa-Lobos se inspirou muito no choro. Assim, esta temática do choro urbano é bastante perceptível das bachianas Brasileiras, embora o nome esteja ligado à J,S.Bach como homenagem.

Villa Lobos tornou-se o maior expoente do nacionalismo musical, pois em suas obras a todo momento evocam elementos de canções folclóricas, populares e indígenas.

Sendo um Boêmio, Villa Lobos gostava de se juntar a grupos de choro e tocar em festas e serenatas.

Conheceu muitos músicos que eram ligados à música popular como: Catulo da Paixão Cearense, Ernesto Nazareth, Anacleto de Medeiros e João Pernambuco.


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