Luiz Gonzaga e a música nordestina

Luiz Gonzaga do Nascimento foi um grande compositor e cantor brasileiro que influenciou e ainda influencia gerações de músicos e compositores. Nasceu em Exu em 13 de dezembro de 1912, foi conhecido também como o rei do baião e suas canções são conhecidas em todo território nacional e em alguns países.
A canção “Asa branca”, que fez em parceria com Humberto Teixeira, se tornou tradição histórica da música popular brasileira. Contudo, com relação a seu estilo musical, a sua música não se resumia ao baião abrangendo um estilo bem amplo. Portanto, seu amplo estilo, incluía ritmos nordestinos como: xaxado, xote, forró de pé de serra.
Além da canção “Asa Branca”, outras canções marcaram a sua carreira como “Juazeiro” (1948) e “Baião de Dois” (1950).
Gonzagão influenciou musicalmente o seu filho adotivo Gonzaguinha, apesar desse seguir posteriormente uma carreira mais ligada ao estilo MPB e menos regionalista. Contudo, Luiz Gonzaga influenciou também, Geraldo Vandré, Gilberto Gil, Caetano Veloso e está incluído no ideário do tropicalismo pela temática nacionalista de suas canções.
A música nordestina
A música nordestina traz os caracteres de um povo singular em uma amplitude de muitos ritmos, miscigenações culturais, criatividade extrema representadas em festas, cores e expressões.
Seu povo de 55 milhões de pessoas é distribuído em nove estados carimbados em mesmos denominadores culturais e sociais. Dos manguezais do litoral pernambucano estão o maracatu e o frevo.
No cerrado nordestino, no sertão e no semiárido estão o “xaxado” e o “forró pé de serra” e o baião.
Segundo Alberto Ikeda, etnomusicólogo e professor da UNESP, "o nordeste não tem unidade cultural e musical que se supõe”. Neste sentido as identidades musicais são bastante regionalizadas. Na visão desse pesquisador o ritmo coco é o menos regionalizado, transpassando as fronteiras de vários estados nordestinos.
Estilos característicos da música nordestina
Os gêneros musicais nordestinos são oriundos do campo e dos centros urbanos. Neste sentido, o contato de músicas advindas de regiões do sertão com o centros urbanos modificaram alguns estilos regionais.
Para termos uma ideia geral dos gêneros musicais nordestinos destacarei alguns estilos distribuídos em época diferentes;
Lundu: dança e canto de origem africana, trazido pelos escravos bantos, especialmente de Angola.
Xote: O xote é um ritmo nordestino que se originou de uma dança europeia o Schottische, dança de roda que é semelhante a polca
Baião: Dança popular preferida no século XIX. O baião era chamado antes de baiano em Sergipe e em São Paulo. Entre alguns cantores do sertão, o baião é mais uma introdução para desafio musical. Luiz Gonzaga foi o maior divulgador do baião que começou essa propagação em 1946.
Forró: O significado de forró é bastante polêmico, podendo significar a festa ou um ritmo determinado. Contudo, entre os músicos, forró significa a festa e também um padrão rítmico muito parecido com o baião
Xaxado: tem origem no alto do sertão nordestino, é dançada em círculos. Esta dança foi muito divulgada por Lampião e seu bando, onde dançavam batendo o fuzil no chão para marcar o compasso, e especificamente as cadências harmônicas da sanfona.
Coco: Dança popular nordestina, onde tem o canto em coro em resposta ao cantor principal (tirador de coco), é um ritmo bastante influenciado pelos ritmos africanos.
Arrasta-pé: tem semelhanças com o ritmo de frevo e da marcha e é mais lento que o frevo conservando o pulso binário.
Frevo: é um ritmo acelerado de marcha, teve origem nas bandas militares e grupos e associações ligados ao trabalho. É um ritmo fundamentado pelo ritmo da caixa, em andamento muito rápido.
Neste ritmo existem subdivisões como: O frevo de rua com instrumentos de banda e metais; o frevo canção que mais orquestrado e pode trazer cordas como violão e cavaquinho e bandolim; e o frevo de bloco que é cantado semelhante a marcha de carnaval.
Maracatu: É um ritmo que traz muita influência africana onde é apresentado em uma forma musical e teatral. O seu ritmo é fundamentado na caixa e na alfaia, mas ainda são acrescentados o gangue e o chocalho.