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Foto do escritorPedro Guimarães

Música na sala de aula




As várias interfaces da música com outras disciplinas fornece aos professores um conjunto de ideias e instrumentos pedagógicos que contribuem no seu planejamento. A relação da música com as demais disciplinas é muito frutífera e não cobra dos professores um conhecimento específico e técnico da música. Por este motivo, o saber musical se abre como um campo a ser explorado a fim de diminuir as dificuldades presentes no âmbito educacional.

A música é uma linguagem artística que se relaciona interdisciplinarmente com muitas outras disciplinas por possuir muitas dimensões:

  • Lógico-matemática: No ritmo e na frequência sonora

  • Histórica: Quando se relaciona ao contexto político e social de cada época

  • Filosófica: Nos estudos sobre estética e civilizações

  • Geográfica: No estudo das culturas e costumes regionais

  • Física acústica: Quando se estuda os fenômenos acústicos e sonoros

  • Biológica: Nos estudos da paisagem sonora dos miomas;

  • Literária: Na utilização da poesia;

  • Social/política: No seu apelo retórico e poético

  • Artística: em sua relação com outras linguagens artísticas.

A dimensão lógico-matemática da música

Nesta dimensão da música o professor/a pode buscar propostas históricas, teóricas e práticas se fundamentando em Pitágoras e sua importância na construção do conhecimento lógico musical.

Pitágoras viveu no século V a.C e foi educado no Egito. A música grega é, nas suas bases teóricas, uma consequência direta da ciência egípcia e dos estudos desenvolvidos por este matemático e filósofo.

No entanto, como matemático, ele já sabia que as relações matemáticas eram a base para as escalas musicais. Portanto, ele sabia que os sons considerados agradáveis obedecem à relação matemática simples.

Neste sentido, estabeleceu que o comprimento de uma corda definia se o som era grave (sons denominados pela palavra grosso) ou agudo ( sons denominados pela palavra fino).

Sua conclusão, a respeito do som da lira, foi a seguinte: se a corda for comprida o som é grave, se a corda for curta o som é agudo. Portanto quanto maior é uma corda mais grave é seu som quanto menor mais agudo.

O que é frequência sonora

A princípio, quando analisamos o som por meio de sua frequência, os sons agudos têm frequências mais altas e sons graves frequências mais baixas. Em uma análise simples, enquanto um som grave gira em torno de 200 Hz (Hertz, unidade de medida da frequência) os sons agudos estão por volta de 1000 Hz.

A unidade de medida da frequência sonora é chamada de Hertz, porque foi uma homenagem ao físico alemão, Heinrich Rudolf Hertz pelas suas contribuições na área de eletromagnetismo.

Com relação a nossa capacidade auditiva de frequências, um ouvido de um bebê pode ouvir sons entre 20 Hz e 20.000Hz e o ouvido adulto pode ouvir entre 20 Hz e 16.000 Hz.

Música e física

Os professores podem planejar uma atividade de demonstração de frequências, com a utilização de um violão. O violão é dividido em casas e cordas, ele tem 6 cordas e 19 casas.

Quando eu pressiono a corda com os dedos contra o braço do violão, aumenta a frequência do som. Isto acontece porque o braço do violão é uma escala que divide as frequências por cordas e casas.

Contudo, essa divisão é feita em uma relação física e matemática. As cordas grossas têm frequências baixas porque tem mais massa e são mais pesadas. Por outro lado, cordas finas têm frequências altas, por terem menos massa e serem mais leves.

Neste sentido, existe uma relação física entre fenômeno sonoro e as dimensões das cordas, o professor/a que está trabalhando com pesos e massas pode aproveitar essa relação para ilustrar sua aula.


Menina treinando violão
Menina treinando violão/Freepik

Música e matemática

Contudo, as cordas estabelecem também uma relação matemática com o som pro meio de seus tamanhos. Quando eu pressiono as primeiras casas as frequências são baixas, quando eu pressiono as últimas casas, as frequências são altas. Isto ocorre porque quando eu pressiono a corda, o tamanho dela diminui, e em contrapartida a sua frequência aumenta. Neste sentido, existe uma relação matemática entre comprimento das cordas e seus sons.

Vale lembrar, que mesmo em uma corda grossa que tem frequência baixa, se eu apertar sucessivamente casa por casa, a frequência sonora sobe.



Música, história e filosofia

A música é uma expressão artística que sempre teve muitas conexões com os acontecimentos históricos e filosóficos, principalmente nas culturas ocidentais. Nas pinturas rupestres, o homem primitivo é visto tocando instrumentos como flautas feitas de ossos de pássaros, por volta de 4 milhões de anos a.C.

Na filosofia chinesa, para o grande sábio Confúcio (551 a.C – 479 a.C.), a música desempenhava papel predominante na educação e na moral. Para este filósofo, a música era uma força geradora de cultura.

Música na Grécia

Na história e filosofia Grega, 2 mil a.C. acreditava-se que a música influi no humor e no espírito dos cidadãos, e a responsabilidade por sua organização e pela maneira como seria apresentada ao povo estava nas mãos dos legisladores. Em Esparta, em seu sistema de educação para o jovem e para o povo, Licurgo – legislador de Esparta - exigia que a música fizesse parte da educação para a infância e juventude.

Entre os gregos, a música era considerada elemento integrante da vida e do pensamento. Nas festas nacionais, os vencedores dos jogos eram exaltados ao som de coros grandiosos. Píndaro (522ª.C. – 443ª.C.) e Baquílides (520 a. C. – 450ª. C. ) figuram entre os mais célebres autores de odes para tais circunstâncias.



música na grécia antiga
Música na Grécia/Freepik

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