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Foto do escritorPedro Guimarães

O lúdico e o simbólico, na música inclusiva


Para se falar de processo inclusivo por meio da música é preciso entender os elementos lúdicos e simbólicos desta linguagem.

Neste sentido, a música é um terreno fértil de simbolismo e ludicidade, pois em relação a sua experiência inventiva é quase totalmente lúdica e simbolista.

No entanto, é preciso que todo educador musical que trabalha em um processo inclusivo conheça estas características da música.

Além destes fatores, é muito importante conhecer estratégias para trabalhar este simbolismo e ter metas e conhecimentos em relação a classes heterogêneas do ensino regular.

Música como linguagem simbólica

A música traz em seu processo educacional e de linguagem um amplo simbolismo, pois ela nos proporciona o trabalho comunicativo não somente por meio da palavra, mas por gestos, sons, melodias, ritmos, marcações gráficas e outros códigos. Neste caso, a música, como contributiva no processo de inclusão, trabalha com duas dimensões do psiquismo humano, o imaginário e o simbólico.

Quando se atribui um lugar social para o aluno dentro de um fazer musical, e aposta-se na sua capacidade, investindo em seu potencial, mesmo que ainda não exista uma resposta satisfatória deste aluno, trabalha-se na dimensão imaginária. Quando se tem como meta a produção musical e a socialização, institui-se regras de convivência e outras que partem do entendimento musical e sonoro de sua produção. Neste caso, pode-se dizer que se está operando na esfera do simbólico, pois essas são regras culturais e pertencem ao código social.

Heterogeneidade e arte

No seu significado, a heterogeneidade é uma qualidade do que é heterogêneo. Do que é composto de coisas, elementos ou partes de natureza diferente. Também algo que não possui uniformidade, que é composto por partes distintas, tem como sinônimos a diversidade, diferença, hibridez.

Atualmente os campos, prático e teórico, da educação passam por demandas que incluem a diversidade e a hibridez. A diversidade está colocada hoje na ética das relações sociais, a pessoa que não enxerga, não acolhe e não tolera esta diversidade está eticamente desconectada de todo ato social e principalmente da ação pedagógica.

A hibridez já corresponde ao aspecto da organização de uma proposta didática, eu posso propor uma temática em que os alunos irão trabalhar toda a parte de conteúdo na internet e posteriormente organizar debates para depurar toda a informação.

Heterogeneidade na sala de aula

Toda proposta que se faz com objetivo de construir conhecimentos e despertar curiosidades conjuntamente com os alunos, precisa ser sustentada por uma disposição de trabalhar com a Heterogeneidade.

As atividades ligadas às linguagens expressivas como teatro, artes visuais e músicas, trabalhadas na escola, mesmo se em âmbito extracurricular, podem trazer grandes benefícios ao portador de Transtorno do Espectro Autista. Dentro da escola podem ser desenvolvidos, projetos extracurriculares e coletivos abrangendo várias linguagens artísticas, isto fará com que os alunos que tenham dificuldades físicas e cognitivas mais acentuadas, possam se incluir com suas singularidades. As propostas que enfatizam a invenção e a expressão são mais inclusivas por não exigir um desenvolvimento linear do aprendizado.

A falta de capacidade para adequar-se à sociedade e encontrar meios individuais de auto expressão é um dos sintomas principais das perturbações mentais.

O valor da música neste caso é prover uma válvula emocional dentro do grupo. Segundo Juliette Alvin, musicista e pioneira em musicoterapia, a música é a mais social de todas as artes; ela sempre foi uma experiência compartilhada, em todos os tempos, lugares e grupos sociais. No novo modelo de inclusão, as propostas de oficinas musicais são

Projetos Didáticos

O projeto didático valoriza a forma de trabalho educacional sobre um determinado tema e a sua conexão com várias áreas do conhecimento.

A música como linguagem artística e do conhecimento traz uma flexibilidade de articulação, que proporciona ao educador formalizar um projeto didático com sua turma, que dialoga com várias disciplinas e responde a várias demandas.

Em uma sala de aula que possui crianças, que diante de uma proposta educativa, reagem cognitivamente e emocionalmente de forma diferenciada, o professor precisa propor uma atividade que compense as diferenças de apreensão do conteúdo. Isto porque, em uma sala inclusiva, pode haver crianças com singularidades, particularidades e com identificações variadas.

Função Integradora da Música

A proposta de uma atividade musical em uma sala de aula, que traz crianças em processo de inclusão faz o ato educativo ser cultural e integrador.

A música é vista por profissionais que trabalham na psicologia e psicanálise, como atividade organizadora e integradora principalmente porque é trabalhada como linguagem, que é o principal atributo integrador de nossa sociedade.

O conteúdo musical é um conhecimento vivencial que passa pelo corpo e pela sensibilidade. Agindo e interagindo com o outro e com o meio, a criança estabelecerá conceitos, utilizando a música em seu aspecto simbólico.

A atividade de musicalização proporciona à criança, a oportunidade de se relacionar e se integrar com o mundo pela escuta, pelo movimento corporal e pela voz. O que permite o uso intenso do corpo, coordenação de movimentos e a escuta do outro.



O professor pode prescindir da música para solucionar os múltiplos problemas que atravessam o cotidiano escolar, utilizando esta linguagem em sua forma perceptiva e expressiva.

A música oferece um caminho de ideias e expressividades que atuarão na concretização dos objetivos didáticos, equalizando as diferentes demandas, que estão presentes no novo paradigma inclusivo de educação.


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